O(A) egresso(a) do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia do campus Restinga será dotado(a) de uma formação multidisciplinar integrada e crítica sobre os sistemas produtivos, através de uma perspectiva holística, tornando-se assim um(a) profissional que contribuirá para o estabelecimento de uma agricultura racionalmente justa, economicamente viável e ecologicamente equilibrada, quanto ao uso e manuseio dos solos, plantas e ou animais, contando com uma formação cultural, política, social, ambiental e técnico-científica que o(a) habilite a desempenhar suas funções como Tecnólogo/a em Agroecologia.
Deste modo, este(a) profissional deve ser capaz de atuar em sistemas de produção agropecuária e extrativista instruído(a) por princípios agroecológicos a partir da aplicação de tecnologias de produção baseadas na utilização e potencialização dos recursos endógenos à propriedade. A partir dos conceitos e práticas trabalhados ao longo do curso, este(a) profissional estará habilitado(a) a elaborar, executar e avaliar ações integradas, unindo preservação e conservação de recursos naturais à sustentabilidade socioeconômica dos sistemas produtivos; desenvolver planos de conservação do solo e da água; auxiliar no fortalecimento da agricultura familiar a partir dos princípios agroecológicos; conceber e executar projetos de produção agroecológicos, identificando estilos, modelos, elementos vegetais, materiais e acessórios a serem empregados, e interferir e transformar a realidade na perspectiva de desenvolver sustentavelmente a região de atuação, intervindo e interagindo com as comunidades e unidades produtivas, valorizando a polivalência de saberes.
Ademais, espera-se que o(a) egresso(a) possa atuar nos territórios, partindo do olhar do todo que engloba os sistemas agroecológicos. Almeja-se um profissional que opere os pressupostos técnico-científicos a partir de uma visão crítica e reflexiva, sendo capaz de dialogar com as múltiplas realidades, engajando-se na resolução de problemas e considerando seus aspectos ambientais, tecnológicos, políticos, econômicos, sociais e culturais. Espera-se que tenha condições de reconhecer as especificidades regionais e locais, relacionando-as à sua área de atuação, bem como ao contexto da realidade nacional e mundial. Por fim, deseja-se que este(a) profissional atue como agente transformador da sociedade, a partir dos conhecimentos de base agroecológica adquiridos e/ou aprimorados com o curso, contribuindo para a produção sustentável de alimentos, para a implantação de sistemas agroecológicos sociais e produtivos, para a minimização das desigualdades sociais (de classe, de gênero e racial), bem como para a manutenção de sistemas ambientais mais equilibrados.
A metodologia de ensino do Curso Superior Tecnológico em Agroecologia é constituída a partir da concepção de que o(a) estudante é sujeito ativo(a) no processo de construção do seu conhecimento na interação com o(a) docente, colegas e demais servidores(as) da instituição, por meio da colaboração e intencionalidade do trabalho educativo. Cabe a eles(as) estabelecer a condução do processo de ensino-aprendizagem pelo permanente desafio do raciocínio crítico e pela progressiva integração de novos conhecimentos às experiências prévias. As ações educativas baseiam-se na mobilização para o conhecimento, possibilitando o estabelecimento de vínculos significativos entre o sujeito e o objeto. A mobilização implica na clareza do assunto, na forma de trabalho, nas relações interpessoais entre os sujeitos, os objetos de conhecimento e o contexto em que se inserem.
A metodologia dialógica e dialética requer o estabelecimento de relações com as necessidades dos sujeitos, sejam elas intelectual, afetiva, ética, física, lúdica, estética, espiritual, econômica, política, social ou cultural. Após essa elaboração inicial das representações mentais, passa-se à construção do conhecimento, que possibilita que os sujeitos captem as essências do objeto para construir novos conhecimentos através da elaboração de relações mais abrangentes e complexas. Esse processo implica no desenvolvimento operacional em que se estabelecem relações analíticas significativas entre as representações, ideias, conceitos do sujeito e do objeto em um determinado contexto sócio histórico. A práxis é o resultado da atividade criativa do sujeito para conhecer o objeto e das articulações desse conhecimento com a realidade. Assim, a metodologia de ensino visa mobilizar os saberes necessários para a formação do(a) estudante, de acordo com os documentos normativos e o perfil do(a) egresso(a), bem como oportuniza desenvolver a capacidade de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser e aprender a resolver problemas, intervindo na sua realidade. O processo de ensino-aprendizagem requer metodologias que articulem o ensino, a pesquisa e a extensão com vistas a uma formação multidimensional e ao bem viver. Cada docente, de acordo com seu plano de ensino, explicita as metodologias a serem utilizadas no processo de ensino-aprendizagem, tais como aulas expositivas dialogadas, atividades práticas em laboratórios, observações e inserções em contextos educativos, saídas de campo, resolução de exercícios, estudos de caso, apresentação e desenvolvimento de trabalhos e seminários.
A Agroecologia fornece os fundamentos que orientarão a análise dos padrões dominantes de agricultura praticados na região, bem como os parâmetros e diretrizes para o redesenho tanto dos agroecossistemas, como da relação sociedade e natureza e entre produtores(as) e consumidores(as) de alimentos. Da educação vem os referentes metodológicos que guiam a relação entre os diferentes sujeitos envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem em curso no território. Será no território onde se promoverá o diálogo horizontal dos diferentes saberes, através do uso de metodologias participativas nos trabalhos comunitários.
Como avanço pedagógico da proposta, incluiu-se forte intencionalidade no sentido de que os processos de ensino e pesquisa estejam integralmente conectados com a extensão. Assim, o curso propõe a integração das atividades de ensino-aprendizagem no IFRS com as comunidades de origem dos estudantes. Pretende-se promover a aproximação entre teoria e prática, o maior aprofundamento da compreensão das complexidades que compõem as diferentes problemáticas territoriais e o engajamento dos(as) estudantes com processos objetivos de mudança em suas comunidades.
A avaliação do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia será feita regularmente, por meio da análise dos resultados obtidos através de avaliação do curso e do desempenho dos(as) estudantes no ENADE. Esta avaliação, de acordo com as determinações legais vigentes, será realizada em dois níveis: (i) Interno e (ii) Externo, em sintonia com o programa de avaliação institucional do IFRS – PAIIFRS, que tem como referência o SINAES. A implantação/consolidação do projeto pedagógico do curso e das atividades previstas no mesmo está diretamente relacionada com o empenho do corpo docente em elevar e garantir a qualidade do curso, através das aulas e das atividades e projetos de ensino, pesquisa e extensão por eles(as) coordenados. Aliado a isso, está a infraestrutura disponível e o incentivo, estímulo e técnicas de aprendizado adotadas, além do comprometimento com os objetivos, diretrizes e princípios do PPC, em consonância com o PDI, o PPI e demais documentos institucionais que norteiam o ensino do IFRS.
Os acompanhamentos das práticas de ensino e da implantação da proposta pedagógica são importantes, necessárias e estão previstas como atividades do colegiado do curso e do núcleo docente estruturante – NED, que tem, entre outras funções, realizar avaliações periódicas do curso com o objetivo de verificar a adequação do PPC quanto: às constantes alterações da legislação e atos normativos, às diretrizes curriculares em harmonia com os documentos do IFRS, a detecção de fragilidades e a apresentação de propostas de melhorias na implementação do PPC ao colegiado do curso. O processo de avaliação do PPC
deve servir de retroalimentação ao projeto do curso, permitindo atualizações mediante a elação com os(as) docentes, discentes, egressos(as) e setor produtivo.
O processo de Autoavaliação será coordenado pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) Central e pela Comissão local do campus. A autoavaliação prevê em suas ações a avaliação didática dos(as) docentes, dos componentes curriculares e do curso, através dos instrumentos de avaliação online. O objetivo é coletar dados relativos ao olhar de toda a comunidade acadêmica envolvida com os cursos. Os instrumentos de autoavaliação que constituem o PAIIFRS são disponibilizados no formato online para a comunidade interna, em programa desenvolvido pela DTI – Diretoria de Tecnologia da Informação, do IFRS. Para a comunidade externa, o instrumento é disponibilizado no formato offline e enviado, via correio eletrônico, para os(as) estudantes, bem como para as instituições públicas e privadas e parceiras ou mesmo em formato físico (impresso), quando necessário. Os instrumentos de avaliação são construídos pela CPA e aplicados para todos os cursos do IFRS.
A avaliação externa será composta por dois mecanismos de avaliação do MEC, que são: (i) o Exame Nacional de Cursos, previsto pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior – SINAES — e (ii) a avaliação efetuada por comissões designadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP, realizadas in loco. A avaliação externa tem como referência os padrões de qualidade para a educação superior, expressos nos instrumentos de avaliação e nos relatórios das autoavaliações. Essas avaliações servirão para verificar a coerência dos objetivos e perfil dos egressos do curso com
as demandas da sociedade.
O PPC do curso também prevê a participação do estudante no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Os resultados do ENADE, aliados às respostas do Questionário do Estudante, conforme o Relatório de Curso disponibilizado no site do INEP, juntamente com as demandas apontadas no Relatório da CPA – no âmbito do curso – e as fragilidades apontadas no relatório de avaliação externa do curso, constituem-se embasadores fundamentais para a gestão do curso, contribuindo para a tomada de decisões acerca das mudanças/alterações que deverão ser introduzidas no curso, com o intuito de obter a qualidade desejada.