APLICAÇÃO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO REGISTRO DE MARCAS: UMA METODOLOGIA PARA APOIAR PROFISSIONAIS NO PROTOCOLO JUNTO AO INPI
Tecnologias de IA na Propriedade Intelectual. Registro de Marcas. Engenharia de Prompt. Gestão Normativa da Propriedade Intelectual.
Este trabalho tem por finalidade a sistematização de diretrizes metodológicas para a aplicação de tecnologias de Inteligência Artificial (IA) na gestão normativa de ativos de Propriedade Intelectual, com foco específico na redução de erros formais e materiais nos pedidos de registro de marcas junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A investigação parte do pressuposto de que modelos de linguagem de grande escala (LLMs), combinados com Recuperação Aumentada por Geração (RAG) e técnicas de Engenharia de Prompt, quando devidamente parametrizados e aplicados com base em corpus normativo estruturado, podem contribuir para maior precisão e eficiência no protocolo de pedidos, ao fornecer respostas juridicamente seguras e contextualmente referenciadas.
A pesquisa não se propõe ao desenvolvimento de um novo software, mas à produção de conhecimento técnico-científico aplicado, por meio de um relatório técnico orientador, que descreva os caminhos metodológicos, os cuidados operacionais e os critérios de avaliação relevantes para o uso estratégico dessas tecnologias no domínio do registro de marcas. Os produtos visam orientar profissionais do Direito, da inovação e da gestão da PI sobre como estruturar e parametrizar bases normativas, formular instruções otimizadas, selecionar arquiteturas de IA apropriadas e avaliar o desempenho das interações, de modo a evitar interpretações imprecisas ou descoladas do escopo regulatório.
A execução do projeto está organizada em quatro macro etapas. A primeira, já concluída, consistiu em revisão técnico-científica das tecnologias aplicáveis, com destaque para LLMs, RAG e Processamento de Linguagem Natural (PLN). A segunda etapa, em curso, trata da curadoria, estruturação semântica e padronização da base normativa do INPI, composta por legislações, manuais, resoluções, tutoriais técnicos e orientações administrativas. A terceira etapa contempla a experimentação com estratégias de engenharia de prompt e diferentes métodos de recuperação e resposta, com vistas à avaliação da eficácia interpretativa da IA em contextos simulados. Por fim, a quarta etapa prevê a validação metodológica por meio de análises qualitativas e entrevistas com especialistas e usuários potenciais do ecossistema jurídico e da inovação.
Ao final do processo, será entregue um único produto técnico: um Relatório Técnico Conclusivo, contendo os fundamentos teóricos, os procedimentos metodológicos adotados, os resultados da avaliação e as recomendações para uso prático e replicação da metodologia proposta. Este relatório deverá orientar profissionais da área jurídica, núcleos de inovação, escritórios de PI e instituições públicas quanto à aplicação segura e eficiente de tecnologias de IA no suporte ao protocolo de marcas junto ao INPI.